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Pequi
O Pequi (Caryocar brasiliense; Caryocaraceae) é uma árvore nativa do cerrado brasileiro, cujo fruto, embora muito utilizado na cozinha nordestina, em Goiás , Mato Grosso e norte de Minas Gerais, é considerado tipicamente goiano.
Dele é extraído um azeite denominado azeite de pequi. Seus frutos são também consumidos cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao roer o fruto, evitando cravar nele os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. Pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva.
Grande árvore do pequi, zona rural de Governador Edson Lobão-MA.
Frutos do pequi, uma das frutas exóticas do cerrado brasileiro.
Ocorrência
Símbolo da cultura do estado brasileiro de Goiás, o pequi pode também ser encontrado em toda a região Centro-Oeste (considerada a capital da fruta) e nos estados de Rondônia (ao leste), Minas Gerais (norte e oeste), Pará (sudoeste), Tocantins, Maranhão (extremo sul), Piauí (extremo sul), Bahia (oeste), Ceará (sul), e nos cerrados de São Paulo e Paraná. Em Goiás podem ser encontradas todas as variedades, cuja frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. Está na lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo
É encontrado também na Bolívia
No estado do Tocantins há uma cidade com o nome de Pequizeiro em homenagem à árvore, onde se celebra a festa do pequi todos os anos.
Usos
Nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa, ainda no início do século XVIII, o pequi começa a ser utilizado na culinária de Goiás. Na região que circunda a cidade industrial de Catalão, o pequi era utilizado tão somente para a fabricação do Sabão de Pequi, de propriedades terapêuticas.
Frutos na árvore.
O fruto pode ser apreciado em variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, no leite, e na forma de um dos mais apreciados licores de Goiás. Além de doces e sorvetes.
Fruta à venda.
Sua polpa macia e saborosa deve ser comida com bastante cuidado, uma vez que a mesma recobre uma camada de finos espinhos que, se mordidos, fincam-se na língua e no céu da boca, provocando dores intensas, risco este que deixa de existir, uma vez assimilada a técnica de degustação que é de fácil aprendizado. Deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres. Deve ser levado a boca para então ser "raspado" - cuidadosamente - com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e parar antes que os espinhos possam ser vistos.
O fruto do pequizeiro, por ser rico em óleo já foi muito utilizado na fabricação de sabão caseiro pelos moradores rurais do Tocantins, que não tinham fácil acesso ao produto industrializado. Na fabricação do sabão, a massa do fruto era misturada a um líquido retirado das cinzas de uma árvore conhecida popularmente por "Mamoninha", essa mistura era levada ao fogo e produzia um sabão vegetal de cor preta brilhante, bastante macio, que era usado para lavar roupas,utensilios e principalmente para a higiene pessoal,pois segundo as pessoas que o fabricavam o produto fazia bem para a pele e cabelo
Propriedades do pequi
Recentemente, foi descoberta uma propriedade do óleo de pequi que, antes mesmo de poder ser explorada pelo Brasil, já foi patenteada por japoneses. Ela foi recentemente batizada de CSL (chemical strengthener layer). Segundo as pesquisas, basta adicionar cinquenta mililitros de óleo de pequi a 4l de óleo mineral para que se consiga o efeito da superdureza em qualquer material metálico, aumentando, inclusive, a carga de molas se for aplicado uniformemente. Existem testes em motores com cabeçotes totalmente originais girando mais de 10 000 rotações por minuto sem indícios de fadiga ou quebra
Referências
Instituto de Botânica de São Paulo.
Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 19 Mar 2009..
Pequi
Caryocar brasiliense Cambess.
Outros nomes regionais e locais são piqui, piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari e piquiá.
Família Caryocaraceae
De como, no prazo duma hora só, careci de ir me vendo escorando rifle (...) trepado em jatobá e pequizeiro, deitado no azul duma lage grande.João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas.
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Pequizeiro em cerrado no Núcleo Rural Boa Esperança II, Distrito Federal, a
espécie é protegida pela legislação. Fotografia de F. Tatagiba em 20/12/2006.
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O pequizeiro é uma árvore que habita cerrados, cerradões e matas secas ao longo de todo o bioma Cerrado, sendo que queimadas recorrentes podem manter o pequizeiro na forma de subarbusto, em campos sujos; possui ramos (Fotos 2A e 2B) grossos normalmente tortuosos, casca cinzenta com fissuras longitudinais e cristas descontínuas; folhas são compostas, trifolioladas; opostas (desenvolvem-se duas de cada nó do ramo); os folíolos podem medir até 20 cm de comprimento e são recobertos por densa pilosidade, assim como as extremidades dos ramos; suas flores (Foto 3) de até 8 cm de diâmetro, são hermafroditas, compostas por cinco pétalas esbranquiçadas, livres entre si, com numerosos e vistosos estames (masculinos). O pequizeiro floresce durante os meses de agosto a novembro, com frutos (Foto 4A e 4B) madurando a partir de setembro (normalmente novembro) até o início de fevereiro.
O pequizeiro é uma árvore de múltiplos valores: ecológico, cultural, gastronômico, medicinal, econômico...
A. Tronco e ramos tortuosos do Pequizeiro; B. Casca com fissuras e cristas descontínuas no tronco do pequizeiro.
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Em estudo bibliográfico das espécies de plantas medicinais do Mato Grosso, verificou-se um predomínio na utilização de espécies arbóreas (31%), seguidas de ervas (24%), arbustos (17%), subarbustos (12%), trepadeiras (9%), palmeiras (2%), epífitas (1,5%) e cactos (0,5%), para 3% das espécies não foi informado o hábito. Este estudo identificou dezenove artigos tratando do pequi como espécie medicinal. Sua utilização medicinal se dá como afrodisíaco, no tratamento de problemas respiratórios e suas folhas são adstringentes, além de estimularem o funcionamento do fígado. É utilizado para fins medicinais em toda sua área ocorrência.
Pequizeiro florido. Tatagiba, setembro de 2006, município de Nova Roma-GO, Vão do Rio Paranã.
A. Frutos imaturos de pequi, coloração de vinho; B. Frutos de pequi de vez. Núcleo Rural Boa Esperança II, Distrito Federal.
Utilização medicinal do Pequi.
Fonte: Rodrigues e Carvalho 2001b
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A utilização terapêutica do pequi não está restrita à medicina popular. Nas últimas décadas, tem sido observado um aumento acentuado de infecções fúngicas, as quais contribuem para uma elevada taxa de mortalidade em pacientes imunocomprometidos. A criptococose causada por Cryptococcus neoformans é considerada micose oportunista, freqüentemente diagnosticada produzindo lesões principalmente no sistema nervoso central em pacientes com AIDS. Em trabalho publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, foi descrita a atividade antifúngica das folhas (extrato bruto etanólico, fração acetato de etila e cera epicuticular), dos dois principais componentes presentes no óleo essencial das sementes, além dos óleos fixos da amêndoa e da semente de pequi sobre isolados de C. neoformans var. neoformans e de C. neoformans var gattii. Foi verificado neste trabalho que a parte mais ativa contra os fungos é a cera epicuticular da folha, coletada no período da seca, inibindo o crescimento de 91,3% dos isolados de fungos.
Na mitologia xamãnica dos Wauja, povo que habita o Alto Xingu, Barcelos Neto relata que o Jacaré e o Beija-flor são “donos” (wekeho) do pequi, o primeiro em função dessa fruta ter se originado de seus testículos e o segundo por ter uma predileção pela fruta e, em função disso, tersido um dos primeiros Animais a cultivá-la. Wekeho é a dimensão espiritual relacionada aos seres corpóreos, o “dono” concede (material ou espiritualmente) ao mesmo tempo em que protege os recursos.
Estudo realizado com o povo Teréna, do Mato Grosso do Sul, revelou que 67,2% coletam frutos silvestres. Dentre os frutos coletados foram identificados a bocaiúva (Acrocomia aculeata), araticum (Annona dioica), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), jenipapo (Genipa americana), coroa (Mouriri elliptica), buriti (Mauritia flexuosa), pequi (Caryocar brasiliense), jurubeba (Solanum paniculatum) ingá (Inga uruguensis), guariroba/gueroba (Syagrus oleracea), araçá (Psidium guineense), urucum (Bixa orellana) e caraguatá (Bromelia balansae). A captura de animais e coleta de frutos silvestres é feita com dificuldades devido à limitação da área na reserva.
"O Garanço se regalava com os pequís, relando devegar nos dentes aquela polpa amarela enjoada. Aceitei não, daquilo não provo: por demais distraído que sou, sempre receei dar nos espinhos, craváveis em língua" João Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas pg. 184.
O pequi integra a base cultural do centroeste brasileiro, sendo um elemento essencial na culinária regional do Cerrado. “Arroz com Pequi” é o prato típico do Goiás, onde o fruto também é tradicionalmente preparado em gordas e saborosas galinhadas. O emprego do pequi na dieta da população cerratense já tem mérito terapêutico, uma vez que é excelente na prevenção e combate à hipovitaminose A. Além do pequi, tucumã (Astrocaryum aculeatum), a macaúba (Acrocomia aculeata), a pupunha (Bactris gasipaes), o dendê (Elaeis guineensis) e, especialmente o buriti (Mauritia flexuosa) são ainda outras importantes fontes regionais de carotenóides no Brasil.
Na Central de Abastecimento de Goiás (CEASA-GO) foram comercializadas 2.800 toneladas de pequi in natura, no ano de 2002, com preço médio de R$460,00 a tonelada. Atualmente podemos encontrar nos comércios urbanos pequi em conserva, em pasta ou na forma de licor, sorvetes e picolés.
No município de Japonvar, região norte de Minas Gerais, foram observadas quase 50 espécies de insetos herbívoros de vida livre associadas ao pequizeiro. São dezenas de espécies de insetos que têm nos ramos, folhas e seiva do pequizeiro essencial fonte de nutrientes.
Após publicação da Portaria Federal 54, em março de 1987, do antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), hoje Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), é proibido o corte e comercialização de madeira do pequizeiro em todo o território nacional. A espécie possui madeira de excelente qualidade, estando entre as menos susceptíveis ao ataque por cupins de madeira seca, tais como o Cryptotermis brevi. O cupim de madeira seca é considerado como o mais importante do ponto de vista econômico no Brasil.
Um decreto de junho de 1993, entre outras medidas, torna imunes ao corte no Distrito Federal, além do pequi, o buriti (Mauritia flexuosa), copaíba (Copaifera langsdorffii), cagaita (Eugenia uniflora), sucupira-branca (Pterodon pubescens), todos os ipês (Tabebuia spp.), entre outras espécies do Cerrado, consideradas Patrimônio Ecológico.
No ano de 2001, em concurso realizado pelo Instituto Estadual de Florestas-MG, o pequizeiro foi eleito “Árvore Símbolo do Estado de Minas Gerais”. Há dezessete anos é realizada em Montes Claros, no norte do estado, a Festa Nacional do Pequi, ocasião em que moradores da região festejam o Cerrado, sob o signo desta importante espécie.
O Cerrado é povoado por espécies como pequi, ipês, aroeira, gravatás e orquídeas diversas, todas valiosas economicamente, fornecedoras de uma vasta gama de produtos vegetais madeireiros e não madeireiros. Entretanto, o bioma carece de uma política ampla, que integre as diversas iniciativas produtivas e conservacionistas, com vistas a reverter o grave processo de devastação pelo qual vem sofrendo. O modelo de ocupação e “desenvolvimento” empregado para a região (semelhante a outros biomas adjascentes), de maneira geral, está dizimando um manancial de recursos energéticos, medicinais, madeireiros, ornamentais, alimentares e culturais. Governantes da região, especialmente prefeitos, têm papel chave nas mãos, com a possibilidade de implementar políticas públicas conciliando utilização produtiva de espécies vegetais nativas do Cerrado com conservação e desenvolvimento humano, em nível local. Tal como a utilização de pequi, mangaba, buriti, baru, jatobá, araticum entre outras, na merenda escolar ou em dietas hospitalares, aliado à uma política adequada de desenvolvimento rural. A sociedade também pode contribuir, optando por consumir produtos do Cerrado e utilizando espécies nativas em seus jardins.
Estamos bem distantes do ideal, mas já temos opções de produtos do Cerrado: a Embrapa Cerrado, assim como diversos pequenos viveiros de mudas comercializam espécies nativas; A Rede de Sementes do Cerrado, articula iniciativas para o manejo de sementes no bioma; O catálogo do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS), apresenta uma variedade de produtos baseados em espécies nativas e elaborados por produtores do Cerrado de maneira sustentável. Vale à pena conferir os produtos deste catálogo, bem como outros que podemos encontrar nos mercados e na internet*.
É preciso que a sociedade brasileira opte por comer o Cerrado, no bom sentido, é claro! Ou como diria João Fernandes**, parafraseando Manoel Bandeira em uma de suas belas camisetas: Pequi or not Pequi? Eis a questão.
*Para obter contatos e endereços de produtores e comerciantes que trabalham com pequi e outras espécies do Cerrado, veja a lista organizada pela EMBRAPA-CPAC, no endereço (acessando “Produtos”): http://cmbbc.cpac.embrapa.br
** João Fernandes é proprietário do Santuário Raizama, na Chapada dos Veadeiros-GO, produz camisetas com fotografias de espécies da flora e outras temáticas do Cerrado, como rios, cachoeiras, serras e povos.
Referências e sugestões bibliográficas sobre o Pequi.
Acesse os trabalhos de seu interesse, clicando no endereço eletrônico.
ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. , 1998. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMPRAPA-CEPAC.
Carmo, M.S. & Comitre, V. 2002. Estudos Sócio-Econômicos : Tipologia dos Agricultores e adequção das políticas públicas na conservação dos remanescentes de Cerrado de domínio privado no Estado de São Paulo. BIOTA/FAPESP – O Instituto Virtual da Biodiversidade. 35pp. http://galileu.globo.com/edic/135/carmo.pdf
Fernandes, L.C.; Fagundes, M.; Santos, G.A. dos; Silva G. M. 2001. Abundância de insetos herbívoros associados ao pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess.) Rev. Árvore vol.28 no.6 Viçosa Nov./Dec.
Guarim Neto, G. & Morais, R. G. 2003. Recursos medicinais de espécies do Cerrado de Mato Grosso: um estudo bibliográfico. Acta Botanica Brasilica 17(4): 561-584.
Rodrigues, V.E.G; Carvalho, D.A. de. 2001a. Levantamento Etnobotânico de Plantas Medicinais no Domínio do Cerrado na Região do Alto Rio Grande – Minas Gerais. Ciênc. Agrotec. , V.25, n.1, p. 102-123. Lavras. www.editora.ufla.br/revista/25_1/art13.pdf
Rodrigues, V.E.G e Carvalho, D.A.de; 2001b. Plantas medicinais no domínio dos cerrados. Lavras, 180p.
Rosa, J.G. 2006. Grande Sertão: veredas. 1.ed. – Rio de Janeiro, Nova Fronteira, (Biblioteca do Estudante).
Saporetti Jr., A.W. ; Neto, J.A.M. ; Almado, R, deP. 2003. Fitossociologia de cerrado Sensu Stricto no Município de Abaeté-MG. R. Árvore, Viçosa-MG, v.27, n.3, p.413-419. www.scielo.br/pdf/rarv/v27n3/a20v27n3.pdf
Sawyer, D. et al. (Com.Ed.). Long Live the Cerrado – Susteinable Products and Livelihoods supported by GEF Small Grants Programme in Brazil. PPP-ECOS, Programa de Pequenos Projetos Ecossociais. www.ispn.org.br
Silva, D.B. da; et al., 2001. Frutas do Cerrado. Brasília: Emprapa Informação Tecnológica.
Silva Júnior, M.C. et al. 2005. 100 Árvores do Cerrado: guia de campo. Brasília, Ed. Rede de Sementes do Cerrado, 278p.
PEQUI, PIQUI, PEQUIÁ
O nome vem do tupi (py=espinho e ki=fruto,
ou seja, fruto cheio de espinho) e tem variações
regionais e pessoais, na escrita e na fala
Nome popular: pequiá-bravo, piqui, pequiNome científico: Caryocar brasiliense CambFamília botânica: Caryocaceae Origem: Brasil - Regiões de CerradoCaracterísticas da planta: Árvore de até 10 m de altura com tronco tortuoso de casca áspera e rugosa. As folhas pilosas são formadas por 3 folíolos com as bordas recortadas. Flores grandes amarelas que surgem durante os meses de setembro a dezembro.Fruto: A polpa de coloração amarelo-intensa envolve um caroço duro formado por grande quantidade de pequenos espinhos. Frutifica de agosto a abril, dependendo da região. O período de produção contínua do pé é em torno de três a quatros meses.Cultivo: O plantio por sementes ocorre na estação chuvosa. Prefere climas quentes sendo ideais as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Desenvolvimento das mudas é lento. Cada planta fornece em média 6 mil frutos ao ano.
O pequi faz parte da culinária goiana há séculos, desde o início do século XVIII, nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa (cidade de Goiás). Por ser rico em óleo insaturado, vitaminas A, C e E; fósforo, potássio, magnésio e carotenóides; sua ingestão previne tumores, problemas cardiovasculares e evitam a formação de radicais livres.
O consumo do pequi requer cuidado, em razão dos inúmeros e minúsculos espinhos encontrados debaixo da polpa. Assim, é indicado que se roa o caroço, lentamente, ao invés de mordê-lo. Informação importante: uma unidade de pequi (aproximadamente 50g) possui 40 calorias.
O pequi é uma fruta nativa do cerrado brasileiro, muito utilizada na cozinha nordestina, do centro-oeste e norte de Minas Gerais.
O pequizeiro é uma arvore protegida por lei que impede seu corte e comercialização em todo o território nacional.
A árvore do pequí atinge geralmente 10 metros de altura, tronco com ramos grossos, normalmente tortuosos, de casca áspera e rugosa de cor castanha acinzentada.
Folhas pilosas, recobertas com pelos curtos, compostas, formadas por três folíolos com as bordas recortadas, tendo as nervuras bem marcadas. Suas folhas, ricas em tanino, fornecem substância tintorial, usadas pelas tecelãs.
Grandes flores brancas-amareladas, vistosas e bastante decorativos. As flores, de até 8 cm de diâmetro, são hermafroditas. O pequizeiro floresce durante os meses de agosto a novembro.
Fruto tipo drupa, arredondado, casca esverdeada, como um abacate pequeno, só que mais rechonchudinho. O fruto, do tamanho de uma pequena laranja, está maduro quando sua casca, que permanece sempre da mesma cor verde-amarelada, amolece. Polpa de coloração amarela intensa que envolve uma semente dura, formada por grande quantidade de pequenos espinhos. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao roer o fruto, evitando cravar nele os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas. Frutificação de novembro a fevereiro.
Altamente calórico, perfumado, assim como o gosto meio adocicado, é usado como condimento. O fruto do pequizeiro é rico em Vit. A e C, principalmente. Sua polpa contém uma boa quantidade de óleo comestível, sendo muito rica em vitamina A e proteínas.
Os frutos são muito usados para se cozinhar com arroz ou outros pratos salgados, das mais variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, no leite, e na forma de um dos mais apreciados licores de Goiás. Seu grande atrativo, além do sabor, são os cristais que forma na garrafa, que dizem, são afrodisíacos.
A amêndoa ou castanha é comestível e muito saborosa. É utilizada na indústria de cosméticos para a produção de sabonetes e cremes, usado para fortalecer a pele.
O óleo da polpa tem efeito tonificante, sendo usado contra bronquites, gripes, resfriados e controle de tumores. O chá das folhas é tido como regulador menstrual, combatendo também enfermidades dos rins e bexiga.
O pequi deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres.
Deve ser levado a boca para então ser "raspado" - cuidadosamente - com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e parar antes que os espinhos possam ser vistos.
Jamais atire os caroços ao chão: eles secam rápido e os espinhos podem se soltar.
A castanha existente dentro do caroço é muito saborosa; para comê-la, basta deixar os caroços secarem por uns dois dias e depois torrá-los.
A raiz é tóxica e, quando macerada, serve para matar peixes. Sua madeira é de ótima qualidade, alta resistência e boa durabilidade. A madeira fornece dormentes, postes, peças para carro-de-boi, construção naval e civil e obras de arte. Suas cinzas produzem potassa utilizada no preparo de sabões caseiros. A casca fornece tinta, de cor acastanhada, utilizada pelos artesãos no tingimento de algodão e lã.
É também conhecido como piqui, piquiá, pequerim, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, suarí. A palavra pequi, na língua indígena, significa "casca espinhosa".
O Pequi também ameniza o tratamento de câncer
Pesquisadores da UnB mostram que fruto ameniza ação degenerativa de drogas do tratamento da doença
Há quem não goste, mas quem não dispensa o pequi, um dos mais tradicionais ingredientes da culinária goiana, tem agora mais motivos ainda para consumi-lo. O fruto típico do Cerrado tem propriedades que o indicam como coadjuvante eficiente no tratamento de câncer e, ainda, para o retardamento da velhice. Os dados foram levantados em pesquisa coordenada pelo professor César Koppe Grisólia, do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB).
A pesquisa concluiu que o pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos. Os testes realizados em camundongos submetidos a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e blomicina, usadas no tratamento de pacientes com câncer, revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causados às células pela combinação das drogas. “Verificamos que o pequi amenizou a ação degenerativa das substâncias”, informou Grisólia, que ministrou o extrato do fruto uma vez ao dia às cobaias.
A idéia de investigar as propriedades do pequi veio com a descoberta de que ele era rico em vitaminas A, C e E. Outro benefício do consumo do fruto detectado pelos pesquisadores é que ele retarda a ação dos chamados radicais livres, moléculas que se formam no organismo humano e provocam reação danosa às células. Essas substâncias podem levar à formação de tumores, ao surgimento de doenças cardiovasculares e ao envelhecimento.
Grisólia afirma que essa pesquisa é a primeira de uma série que ainda está por vir. “Ainda não foram feitos estudos em humanos e não sabemos qual o índice da proteção”, explica o professor. Ele salienta que o maior mérito da pesquisa é chamar a atenção para a necessidade de preservação do Cerrado, que está sendo destruído pela expansão da fronteira agrícola e, no caso do pequi, para o aproveitamento de sua madeira pela indústria carvoeira. “O pequi em pé é mais importante do que transformado em carvão”, ressalta Grisólia. O professor diz ainda que é provável que outras frutos do Cerrado, de cor amarela e também ricos em caroteno, tenham o mesmo potencial.
Licor de Pequi
Ingredientes:
1 kg de açúcar
1 litro de álcool de cereais ou vodka
1 xícara e meia de massa de pequi
1 litro de água
Modo de Preparo:
Lavar bem o pequi e colocar para cozinhar. Deixar esfriar, eliminando os caroços e colocar a massa do pequi na "infusão" por 15 dias no álcool ou vodka. Coar, filtrar e fazer o xarope com água e açúcar. Colocar a infusão no xarope frio, engarrafar e deixar envelhecer.
ARROZ COM PEQUI
Ingredientes:
Dois copos (tipo americano) de arroz,
de oito a quinze pequis,
sal, óleo e alho.
Modo de fazer:
Refogar os pequis, o arroz e os temperos. Cobrir com água e cozinhar. Servir quente.LAGARTO COM PEQUI
Ingredientes:
Um quilo e meio de lagarto;
duas colheres (sopa) de vinho tinto;
duas colheres (sopa) de vinagre;
sal e pimenta-do-reino;
oito pequis.
Modo de fazer:
Tempere a carne com alho, sal, pimenta-do-reino, o vinho e o vinagre e deixe-a descansando por cerca de uma hora. Coloque-a em uma panela de pressão e acrescente o restante do tempero, os pequis e cubra com água. Deixe cozinhar por duas horas e pronto. Para acompanhar, arroz branco e uma salada verde.FRANGO COM PEQUI
Ingredientes:
Um quilo de frango,
cebolinha picada
doze pequis.
Modo de fazer:
corte o frango em pedaços, tempere com alho e sal e refogue. Deixe grelhar um pouco e, a seguir, acrescente os pequis e a cebolinha, cubra com água e cozinhe por cerca de 20 minutos. Sirva quente. Para acompanhar, arroz branco.MILHO VERDE COM PEQUI
Ingredientes:
Seis espigas de milho verde
de dez a quinze pequis.
Modo de fazer:
rale as espigas e refogue em óleo com alho e sal. A seguir, acrescente os pequis e cubra com água. Deixe cozinhar por 20 minutos. Servir quente. Acompanhamento: arroz branco.
Licor de Pequi
Ingredientes:
1 kg de açúcar
1 litro de álcool de cereais ou vodka
1 xícara e meia de massa de pequi
1 litro de água
Modo de Preparo:
Lavar bem o pequi e colocar para cozinhar. Deixar esfriar, eliminando os caroços e colocar a massa do pequi na "infusão" por 15 dias no álcool ou vodka. Coar, filtrar e fazer o xarope com água e açúcar. Colocar a infusão no xarope frio, engarrafar e deixar envelhecer.
Arroz de Pequi
Arroz com Pequi - é o prato típico do Goiás, onde o fruto também é tradicionalmente preparado em
gordas e saborosas galinhadas.
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Ingredientes:
1/4 de xícara de chá de óleo ou banha de porco
1/2 litro de pequi lavado
2 dentes de alho espremidos
1 cebola grande picada
2 xícaras de chá de arroz
4 xícaras de chá de água quente
Sal a gosto
Pimenta-de-cheiro ou Malagueta a gosto
Salsinha, cebolinha picada a gosto
Modo de Preparo:
Coloque o pequi no óleo ou gordura fria (se usar o fruto inteiro, não é preciso cortar, mas cuidado com o caroço). Acrescente o alho e a cebola e deixe refogar em fogo baixo, mexendo sempre com uma colher de pau para não grudar na panela, e respingue um pouco de água quando for necessário. Quando o pequi já estiver macio e a água secado, acrescente o arroz e deixe fritar um pouco. Junte a água e o sal. Quando o arroz estiver quase pronto, coloque a pimenta-de-cheiro ou malagueta a gosto. Na hora de servir, polvilhe o arroz com salsa e cebolinha e um pouco de pimenta.
Observações:
Para esta receita, não utilize panela de ferro, pois a fruta fica preta.
Cuidado! Se você morder o caroço, ficará com a boca cheia de espinhos. O jeito certo de comer o pequi é roendo.
Dica:
Para acompanhar, carne-de-sol frita ou assada no espeto sobre brasas.
Receita de Conserva de Caroços de Pequi em Óleo
Ingredientes
20 caroços de pequi
Óleo de cozinha, sal e água, à gosto
Como Fazer Conserva de Caroços de Pequi em Óleo
Modo de preparo: Levar uma panela ao fogo com água, sal e os caroços de pequi.
Deixar aferventar não deixando que a polpa fique muito mole.
Colocar em peneira e deixar escorrer a água até os caroços secarem bem.
Levar o óleo ao fogo para esquentar. Retirar do fogo, acrescentar os pequis e deixar esfriar.
Colocar os pequis com óleo em frascos esterilizados, de maneira que o óleo possa cobri-los completamente.
Tampar e deixar em temperatura ambiente.
Obs.: Técnica caseira de conservação de caroços de pequi em óleo. Quando forem retirados todos os pequis do frasco, o óleo pode ser utilizado em feijão, arroz, que ainda deixará o sabor do fruto na comida.
Receita de Doce de Pequi
Ingredientes da Receita de Doce de Pequi
Modo de preparo da Receita :Doce de Pequi
Coloque o pequi em uma vasilha com água e deixe cozinhar por cerca de 20 minutos
Deixe esfriar e raspe ou corte a polpa do pequi com a faca, deixando os pedaços picadinhos
Para quem não conhece o pequi, ele tem um caroço, portanto tem que cortar a polpa de cima de leve
Reserve
Faça um brigadeiro branco
Leve ao fogo numa panela o leite condensado e a manteiga, mexa até começar a desgrudar dá panela
Jogue o pequi picado e misture bem
Coloque numa vasilha e deixe esfriar
Pode comer de colher ou enrolar como docinho
Como docinho, passe um pouco de manteiga na mão e enrole
Coloque em forminhas
Pode guardar na geladeira
Ele gelado também é delicioso
Tempo: 45m
Rendimento: 100 Porções
Licor de Pequi.
O Licor de Pequi é uma das especiarias mais marcantes e originais da gastronomia matogrossense. Afrodisíaco, leve e delicioso, cai bem em qualquer situação.
Primeira parte:
10 unidades de caroços de pequi
1 litro de cachaça
Parte 2
1 litro de água
500 g de açúcar
Modo de preparo:
Coloque o pequi com a cachaça e deixe em infusão por pelo menos 15 dias, em uma garrafa tampada. Passado esse tempo peneire a cachaça, faça uma calda em ponto de fio fraco com o açúcar e a água e quando esfriar misture à cachaça infundida com o pequi. Tampe bem e espere mais uma semana para degustar.
DICA DO CHEF 1:
SE QUISER UM LICOR MAIS AMARELINHO UTILIZE POUCAS GOTAS DE CORANTE AMARELO.
DICA DO CHEF 2:
SE ACHAR QUE O LICOR ESTÁ FORTE FAÇA MAIS CALDA, RESPEITANDO SOMENTE A PROPORÇÃO DA RECEITA E MISTURE.
Chef Ronaldo Rossi / www.ronaldorossi.com.br
Vitamina de pequi
Ingredientes:
15 ou 20 frutos descascados
1 litro de leite
Cravo ou canela
Açúcar a gosto
Preparo:
Cozinhe os frutos descascados até amolecerem a polpa. Escorra a água. Raspe os caroços com uma colher, para soltar a polpa. A seguir, acrescente à essa raspa o leite, cravo, canela e o açúcar a gosto. Leve a mistura para ferver durante alguns minutos até engrossar um pouco. Essa vitamina pode ser tomada quente ou gelada
Sorvete de Pequi
ingredientes
1 lata de leite condensado ;
1 lata de creme de leite;
1 envelope de gelatina s/sabor e incolor;
6 a 8 pequis cozidos e retirados a polpa. ;
Bata tudo no liquidificador e leve ao congelador,
modo de preparo
cozinhe os pequis,e retire as popas, Num liquidificador coloca o pequi, o leite condensado ; o creme de leite; a gelatina já dissolvida,e bata bem. Despeja em um pirex e leve ao congelador.
Sorvete de pequi
Com este calor nada melhor que um bom sorvete. E o MT Rural deste sábado mostrou a receita do sorvete de pequi. Um refrescante sabor do cerrado.
Ingredintes
Para 10 litros de sorvete você vai precisar:
50 gramas de açúcar
35 gramas de pó de liga neutra
200 gramas de leite em pó
200 gramas de glicose de milho ou xarope de glicose desidratada
70 gramas de nata ( Ele vai dar um gostinho mais neutro e é usado para estar misturando o pequi)
1 colher bem cheia de emulsificante
3 litros e 1/2 de leite gelado
Uma porção de pequi em calda ou doce de pequi
Modo de fazer
Separe o pequi em calda e misture todos os outros ingredientes e bata no liquidificador por 10 minutos. Na batedeira bastam 20 minutos até ficar consistente. Misture o pequi em calda e deixe no frizzer por mais ou menos 30 minutos. Depois é só servir.
Da culinária ao fabrico de sabão, receitas de Maria do Socorro
Sales Barbosa colhidas no município de Correntina, na Bahia
Preparado de raspas
Retire com uma colher a polpa do pequi cru. Espalhe-a sobre uma esteira de buriti para secar ao sol. Depois de seca, utiliza-se no preparo de alimentos (mistura com arroz ou feijão). Também é utilizada no fabrico de sabão.
Rosário de Castanhas
Depois de cozido, deixe o pequi sem a polpa, secar ao sol ou no forno. Logo após, parta o invólucro ao meio e retire a castanha, que já sai dividida. Pegue as castanhas e, com o auxílio de uma agulha, junte-as em uma linha de algodão, formando um rosário. Utiliza-se para o consumo direto.
Óleo de Polpa
Cozinhe com água o pequi durante muito tempo. Retire o óleo da água pelo processo de decantação e coloque-o em outra vasilha. Leve ao fogo para secar o restante da água até ficar só o óleo. Esse óleo é aproveitado para fins medicinais: bronquite e tosse. É usado também na alimentação, substituindo a manteiga principalmente no cuscuz de milho.
Paçoca de Castanha
Retire a castanha do invólucro e, depois, a membrama que o encobre e soque-as em um pilão. Coloque farinha de mandioca, açúcar e soque novamente. Para uma xícara de castanha, utiliza-se uma xícara de farinha e meia xícara de açúcar.
Arroz com Pequi
Refogue o pequi juntamente com o arroz e os temperos. Coloque em seguida uma quantidade de água que dê para cozinhar.
Carne com Pequi
Tempere a carne de gado ou frango a seu gosto. Depois de quase cozida, acrescente alguns pequis. Sirva ainda quente.
Pequi em Conserva
Cozinhe os pequis, raspe-os com uma colher. Coloque em um vidro esterelizado, acrescente óleo, cebola e pimenta. É usado para temperar alimentos.
Cuscuz com Castanha
Retire a castanha do invólucro e a membrana que a encobre. Moa-as e misture-as com os ingredientes do cuscuz.
Pequi ao Molho
Refogue o pequi com alho, sal, cebola, pimenta, extrato de tomate e cheiro verde. Depois de refogado, coloque um pouco de água e deixe cozinhar por alguns minutos.
Feijão com Pequi
Refogue os pequis nos temperos, junte o feijão já cozido em seguida e coloque uma quantidade de água suficiente para cozinhar os pequis. Sirva ainda quente.
Beiju com Castanha de Pequi
Rale a mandioca e esprema para retirar o polvilho. Para uma porção de massa, coloque a metade da mesma medida de castanha socada num pilão. Junte açúcar aos dois ingredientes com uma pitada de sal. Espalhe a massa numa folha de bananeira e cubra com outra folha. Leve ao forno próprio para fazer farinha e asse por alguns minutos.
Pequi com Açúcar
Cozinhe o pequi e jogue o açúcar por cima.
Sabão de Pequi
Ponha três litros de raspa de pequi na água e deixe. No dia seguinte, acrescente três quilos de sebo e meio quilo de soda. Deixe cozinhar até dissolver todos os ingredientes.
Fonte de Pesquisa:
http://www.altiplano.com.br/Pequi4.html
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